PARTILHA/COLABORAÇÃO

Nishant Redkar engenheiro de software registou o seguinte no seu blogue: "Um homem sábio disse uma vez: [A privacidade é a condição de ficar sozinho, fora da vista do público e no controlo das informações que as outras pessoas têm sobre si]".


"Está a emergir na nossa vida uma nova civilização e por toda a parte há cegos que tentam suprimi-la.
(...) Outros, aterrorizados com o futuro, entregam-se a uma desesperada e inútil fuga para o passado e
tentam restaurar o mundo moribundo que lhes deu vida." (in "A Terceira Vaga", Alvin Toffler, p.13).

31/03/2008

UM EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS NA ESGP

Um exemplo concreto de boas práticas, com recurso a todas as estratégias que sejam motivadoras e promotoras da aprendizagem, na nossa escola (ESGP) é a colega Élia Mira.

A minha filha é aluna do 11º ano Turma G e aluna da referida professora na disciplina de história. Esta professora adoptou a 100% as tecnologias perseguindo formas de cativar e envolver os alunos pois compreende a urgência da mudança na escola. Utiliza há muito as mais variadas formas de contacto com os alunos, para fazer circular a informação.

Nesta paragem da Páscoa, à semelhança do que faz em outras paragens e até fins-de-semana, esteve sempre em contacto com eles; via e-mail, msg de telemóvel, Messenger, etc., de forma a levá-los à sua disciplina na plataforma Moodle, onde os esperam sempre trabalhos interessantes, tarefas aliciantes e desafios constantes para os alunos desenvolverem, enfrentarem e resolverem.

A relação que a professora estabelece com os alunos é de tal forma interactiva que fomenta o trabalho contínuo e colaborativo. Os alunos assimilam os conteúdos de história, regras de cidadania e fazem outras aprendizagens, pela auto-aprendizagem, de uma forma que lhes dá algum prazer e sem sentirem que é uma obrigação, ou uma aula. Esta estratégia leva os jovens a aprender-fazendo, de uma forma lúdica e motivadora.

Nesta interacção constante, o telemóvel tem sido um instrumento precioso e uma tecnologia indispensável para fazer, de forma simples, a ligação entre vários alunos da turma e entre eles e a professora. Esta professora não desdenha nenhuma das formas de fazer circular a informação e consequentemente aprendizagens, sem dia nem hora marcada.

É um exemplo a seguir. Parabéns Élia!

M-LEARNING E A APRENDIZAGEM COLABORATIVA

Parafraseando Vygotsky (1979), o conhecimento constrói-se no seio do grupo. A zona de desenvolvimento potencial representa diferentes actividades e conhecimentos que um indivíduo pode aprender com a orientação ou conjuntamente com outras pessoas (adultos ou pares). Por este ponto de vista, numa comunidade de aprendentes, o processo de aprendizagem ocorre quando as pessoas interagem activa e voluntariamente, desempenhando diferentes papéis e partilhando as suas experiências.
Esta partilha deverá, evidentemente, envolver os pais de uma forma natural e frontal. É o princípio da aprendizagem colaborativa. Os aprendentes promovem aprendizagens através do trabalho dentro do grupo e fora dele, com os seus pares e com os adultos. O sucesso desta estratégia de aprendizagem depende das interacções sociais que se estabelecerem e promove alunos motivados e dinâmicos.
Os alunos devem saber que os pais e os professores interagem colaborativamente, para criar espaços de aprendizagem ricos e diversificados. Evidentemente que a aprendizagem colaborativa, é muito mais rica e envolvente quando é apoiada por uma variedade de recursos tecnológicos que hoje, alunos, professores e encarregados de educação têm ao seu dispor. Um ambiente natural de aprendizagem é aquele em que os envolvidos, se sentem à vontade. O telemóvel, tal como o PC, o PDA, o iPOD e outros que irão surgir, são ferramentas que oferecem potencialidades pedagógicas inovadoras e que contam à partida com a aceitação dos jovens e com o domínio técnico da sua utilização. Falta então aproveitarmos essas potencialidades e orientá-los para uma utilização também pedagógica.
Dependendo do contexto, todas as tecnologias podem ser utilizadas de forma colaborativa e interactiva na construção de aprendizagens.

Zurita, G. Nussbaum, M. Mobile CSCL Applications Suported by Mobile Computing. Pontifical Catholic University of Chile. Consultado em 22 de Março de 2008, em:
Miranda, G. (2007). Psicologia da Aprendizagem. Lisboa. IE- Universidade Católica Portuguesa

23/03/2008

TELEMÓVEL, CIDADANIA E PEDAGOGIA

Não podemos e não devemos dizer, ‘desta agua não beberei’. É claro que o telemóvel pode ser incómodo no cinema, (tal como as pipocas ou a conversa) numa reunião ou numa aula expositiva. Mas parece-me que não vale a pena repetir que tudo depende do bom senso, que é como quem diz, da formação e consequentemente de regras clara e previamente estabelecidas.

A articulação constante com as famílias dos alunos é um aspecto que o docente não pode descurar, inclusive para contornar situações desafiadoras em sala de aula.
É nossa função, como educadores, professores e pais que somos, preparar o educando para o exercício da cidadania. Mais importante que a instrução é preparar os nossos jovens como pessoa humana. Para isso estes têm o direito a uma escola democrática e transparente.

O aluno tem que experienciar na escola, o mundo que o espera. Adquirir instrumentos para dar respostas às exigências da sociedade sem medo do novo e de mudanças. Aguarda-o a sociedade tecnológica, da informação e do conhecimento. Assim sendo, temos o dever de estar, também nós adultos, abertos, tolerantes e alerta para as transformações frequentes e galopantes da modernidade.

O telemóvel faz, cada vez mais, parte dessa sociedade em que estamos inseridos. Vivemos das e com as tecnologias de Informação. Elas constituem um desafio constante à sociedade e à escola, e estão em permanente evolução. O PC, que ainda à pouco tempo era um ‘bicho de sete cabeças’ , começa já a ser substituído pelo portátil devido ao tamanho mas sobretudo à sua mobilidade, e o telemóvel, por sua vez, está a evoluir rapidamente para algo mais do que suporte de voz e texto.
Este é um dos instrumentos tecnológicos que mais rapidamente chega à maior parte das pessoas e os jovens são os primeiros a vivenciá-los, por sua conta e risco.

Deixo aqui um vídeo interessante de alerta para a urgência, em prole da educação, de nos anteciparmos na formação para a utilização pedagógica e desinibida das novas TI.

21/03/2008

CHOQUE TECNOGÓGICO



... vai de vento em poupa!

04/03/2008

O IMPACTO REAL DAS NOVAS TECNOLOGIAS

No plano empresarial as TIC estão a tornar-se uma questão de gestão, situação na qual ainda não se tinha pensado a fundo antes do polámico mas útil artigo de Nicholas Carr.
Carr1 (2003) sugeria no seu artigo "TI Doesn't Matter" que as tecnologias de informação (TI) não trariam vantagens competitivas às empresas por serem disponível e acessíveis a todos. Ou seja os investimentos em TI não proporcionavam vantagens estratégicas às empresas porque assim que uma empresa adoptava uma tecnologia nova, logo os seus concorrentes faziam o mesmo.
Estes argumentos de Carr foram contestados por alguns, deram origem a um debate intenso mas acima de tudo provocaram a reflexão que dura até hoje.
Os gestores de TI precisavam de demonstrar que investir em TIC era um bom negócio. Este aspecto tornou-se de fundamental importância. Seria necessária uma análise prévia dos investimentos, baseada em práticas e métodos adequados para garantir benefícios. Estes esforços têm tornado a TI mais forte.
A capacidade das empresas sobreviverem e terem sucesso está assim relacionada com a forma como assimilam as tecnologias, beneficiando das suas potencialidades, o que implica a necessidade de se transformarem, em termos de estratégias e da forma como estas são operacionalizadas.
Também a Escola pode fazer dos argumentos de Carr uma lição a registar. Há dois extremos a ter em conta, por um lado há ainda, em Portugal, muitas escolas que estão longe de ter um parque tecnológico suficiente, e por outro há escolas nas quais não faltam equipamentos tecnológicos. No entanto a escola ainda não atingiu níveis de maturidade na utilização das TIC que permita fazer grande distinção entre umas e outras.
As TIC são um factor fundamental de desenvolvimento de múltiplas capacidades mas dependem muito da forma como são utilizadas, isto é, das pessoas e dos seus processos de trabalho. A interacção pessoas, processos e tecnologias é a chave de entrada na verdadeira sociedade do conhecimento.

[1] Carr, N. (May, 2003). IT doesn’t matter. Harvard Business Review, pp. 5-12.