O filósofo grego Sócrates receava os livros. Receava que com essas inovações os jovens deixassem de usar a memória e nunca mais fossem capazes de evocar conhecimentos por si próprios. Preferia, portanto, confiar no conhecimento intrínseco, mais do que no elemento escrito. Tanto assim foi que nunca deixou nada registado por escrito. Tudo que sabemos dele vem do relato de seus discípulos. Sócrates parecia temer o livro tal como hoje se temem os jogos de vídeo. Faz lembrar o exercício de imaginação que Steven Jonhson faz, caso o vídeo tivesse aparecido antes do livro, e a dificuldade que seria aceitar o novo. Esta é a prova de que Steven Jonhson mais uma vez tem razão.
Depois de Sócrates e com o decorrer do tempo, o livro foi temido mas despertava curiosidade. Mesmo quando ainda não tinha o formato pelo qual hoje o conhecemos, esse objecto passou a ser temido e admirado como o portador dos mistérios profundos do mundo. Rolos e códices de pergaminhos sagrados, manuscritos com fórmulas proibidas da alquimia, eram cuidadosamente escondidos em porões de mosteiros. Pouquíssimos sacerdotes tinham acesso a esses registos. Durante séculos, incunábulos amaldiçoados no Index Librorum Proibitorum foram destruídos e queimados, às vezes junto com os autores e leitores.
Hoje, à semelhança do sentimento de Sócrates em relação ao livro, há a tendência para considerar que este é indispensável e a forma mais correcta para a transmissão da cultura, do conhecimento e da informação, olhando-se agora com suspeição, embora com alguma curiosidade, as novas formas de transmissão da comunicação e do conhecimento e as inovações tecnológicas.
McLuhan afirmava que as tecnologias são extensões do corpo humano. Assim, o garfo seria a continuação de nossas mãos; o pneu, a extensão de nossos pés; a roupa, a extensão da pele, e assim por diante. É uma visão muito perspicaz. Todas as ferramentas tecnológicas são evidentemente culturais, pois nascem da necessidade. São feitas pelos (e para) os humanos e o ser humano precisa de compensar aquilo que considera fragilidade física ou biológica.
Hoje, à semelhança do sentimento de Sócrates em relação ao livro, há a tendência para considerar que este é indispensável e a forma mais correcta para a transmissão da cultura, do conhecimento e da informação, olhando-se agora com suspeição, embora com alguma curiosidade, as novas formas de transmissão da comunicação e do conhecimento e as inovações tecnológicas.
McLuhan afirmava que as tecnologias são extensões do corpo humano. Assim, o garfo seria a continuação de nossas mãos; o pneu, a extensão de nossos pés; a roupa, a extensão da pele, e assim por diante. É uma visão muito perspicaz. Todas as ferramentas tecnológicas são evidentemente culturais, pois nascem da necessidade. São feitas pelos (e para) os humanos e o ser humano precisa de compensar aquilo que considera fragilidade física ou biológica.
3 comentários:
Entre Socrates, Livros e Sofistas...prefiro óbviamente os Livros.
Certo, eu também tenho um enorme apreço por livros. Mas a ideia foi mostrar que, perante a mudança, até o pensador mais ousado hesita :)
Os meus parabéns pelos textos, por todos. escreves de uma forma que dá gosto ler.
muito obrigada pelo contributo.
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