PARTILHA/COLABORAÇÃO

Nishant Redkar engenheiro de software registou o seguinte no seu blogue: "Um homem sábio disse uma vez: [A privacidade é a condição de ficar sozinho, fora da vista do público e no controlo das informações que as outras pessoas têm sobre si]".


"Está a emergir na nossa vida uma nova civilização e por toda a parte há cegos que tentam suprimi-la.
(...) Outros, aterrorizados com o futuro, entregam-se a uma desesperada e inútil fuga para o passado e
tentam restaurar o mundo moribundo que lhes deu vida." (in "A Terceira Vaga", Alvin Toffler, p.13).

25/04/2010



Revolução dos Cravos é o nome dado ao golpe de Estado militar que derrubou, sem derramamento de sangue e sem grande resistência das forças leais ao governo, o regime ditatorial herdado de Oliveira Salazar e aos acontecimentos históricos, políticos e sociais que se lhe seguiram, até à aprovação da Constituição Portuguesa, em Abril de 1976.

O regime que vigorava em Portugal desde 1933 cedia, de um dia para o outro, à revolta das forças armadas, lideradas por jovens oficiais. O levantamento, usualmente conhecido pelos portugueses como 25 de Abril, foi conduzido em 1974 por oficiais intermédios da hierarquia militar (o MFA), na sua maior parte capitães que tinham participado na Guerra Colonial. Os oficiais de baixa patente, os oficiais milicianos. estudantes recrutados, muitos deles universitários, vendo suas carreiras interrompidas, cedo aderiam.

É consensual ter trazido essa revolução, conduzida por esses jovens, a liberdade ao povo português, oprimido durante década.

Denomina-se "Dia da Liberdade" o feriado nacional instituído em Portugal para comemorar a revolução iniciada no dia 25 de Abril de 1974.

23/04/2010

MOTIVAÇÃO


A motivação é a mais importante de todas as variáveis do processo educativo, mas a mais difícil de controlar. Ela pode assumir várias formas, divididas em dois grandes subconjuntos: Expectativas e Necessidades (Gagné 1987 e Maslow, 1950), os quais derivam do conceito de homeostasia e da noção de (des) equilíbrio tendentes a gerarem uma força para um objectivo: a satisfação.
Mas as causas que estão na origem da ausência de insatisfação, não são as mesmas que estão na base da ausência de satisfação (Herzeberg, 1979), às primeiras este autor chamou-lhes Factores Higiénicos e às segundas Factores Motivacionais.


Imagem do cérebro, com o hipotálamo, o tálamo, o lóbulo frontal, a hipófise (também denominada como glândula pituitária) o tronco cerebral e o cerebelo.

Em “O Cérebro Total”, Ned Herman (1982) fala-nos do efeito de filtro provocado pelo Cérebro Límbico, que é o mesmo que dizer, pelas emoções. Estas actuam na filtragem, quiçá, inibição ou bloqueio da informação que é canalizada para o Cérebro Cortical. Este autor vai buscar a antiga designação do Sistema Límbico, que compreende um conjunto de glândulas (Tálamo, Hipotálamo, Amígdala, etc.) e de neurotransmissores (hormonas) que interactuam em conjunto com o Córtex para gerarem as emoções.
Quando estamos numa sala de aula, numa conferência, num workshop ou frente a um computador a estudar num programa de EAC ou interagindo num curso de e-Learning, a atenção que damos ao emissor e o grau de concentração que temos para a recepção da mensagem vai caracterizar todo o processo de aprendizagem, quer quanto à quantidade e qualidade de informação transformada em conhecimento quer, ainda, no papel decisivo que a mesma irá desempenhar na recuperação dos conteúdos armazenados no cérebro.



A atenção que se presta aos diferentes estímulos está na razão directa da qualidade dos mesmos ou da importância imediata ou futura que o receptor atribui a essa informação. É evidente que nada disto é tão linear. Por maior que seja o desejo de aprender uma dada matéria, vital para alcançar um importante objectivo, se a pessoa estiver fatigada, com sono ou doente os seus limiares de atenção vão, com certeza, prejudicar essa aprendizagem. Paralelamente, se alguém tiver uma enorme admiração por um orador, mas se na sala estiverem 40 graus ou o sistema de som for deficiente, a pessoa irá captar muito pouco da mensagem que esse emissor queria transmitir à assistência.

Do que foi dito é, então, possível inferir que a Atenção Selectiva aumenta ou diminui em função de múltiplos factores internos ou externos ao sujeito da acção, havendo diferentes mediadores meramente físicos ou mecânicos e outros psicológicos। Quando um estímulo chega a um receptor sensorial (olhos ou ouvidos, por exemplo), para que essa mensagem seja trabalhada no cérebro, sofre múltiplas transformações físicas, químicas e eléctricas antes de ser indexada para ser armazenada na memória a longo prazo.

Por exemplo, o sinal sonoro ou luminoso que sai do emissor (professor, computador, etc.) tem de ter boa qualidade física para vencer muitas barreiras: ruído na sala, iluminação em excesso, etc., e ser captado pelo órgão sensorial específico (cones, bastonetes, tímpanos, etc.). Depois há uma selecção prévia (física) realizada pelas memórias sensoriais (memória icónica, memória ecóica, memória táctil, etc., Neisser, 1967) antes da informação seguir pelas vias próprias (feixes de neurónios – nervos), as quais possuem um efeito de filtro, por onde só passam dados com “boa” qualidade (qualidade física, obviamente), a não ser que o sujeito da acção (voluntária ou involuntariamente) tenha dado uma “ordem” ao seu cérebro em contrário. Neste caso, o filtro adquire a predisposição para deixar passar dados não adequados (baixa o limiar de excitabilidade).

Depois de vencer essa “segunda” barreira que é a memória sensorial ou imediata, há um longo trajecto a percorrer a que Broadbent e outros autores chamaram: Canal de Capacidade Limitada. Este “funil” só canaliza informação para o codificador (MCP – Memória a Curto Prazo, Miller 1956) se a qualidade do estímulo já foi verificada no filtro anterior (memória sensorial). A sua missão é, agora, a de sistematizar os fluxos de informação ao longo do canal, retardando a chegada dos dados à MCP para que esta memória tenha tempo de indexar o conhecimento a armazenar. Quando chega à “estação de tratamento” MCP, onde irá permanecer o tempo necessário à codificação, sofre um novo período de espera que advém da quantidade de informação que está a ser processada e/ou da dimensão que a referida memória (MCP) suporta. Como se recordam, o conceito de memória a curto prazo já foi estudado na Psicologia da Aprendizagem, a partir dos trabalhos de George Miller e do seu número mágico 7 (mais ou menos 2), bem como dos chunks de informação.


Por exemplo, se um professor fala muito baixo, sem vivacidade e com lentidão (monocórdico) ou, noutra acepção, se o ecrã de um computador apresenta dados confusos e pouco apelativos, nem um nem o outro, conseguem vencer as barreiras e os filtros, a não ser que o receptor esteja rendido aos “encantos” da mensagem ou do emissor. Neste caso, os filtros estão “desligados” (atenção selectiva total).

Outra situação similar acontece quando alguém está numa festa a prestar atenção a um pequeno grupo e, longe dali, outro grupo conversa animadamente. De repente, alguém desse grupo diz o nome de uma das pessoas do primeiro e, automaticamente, essa pessoa embora distante, passa a prestar atenção a essa conversa. Existiu uma redução do limiar de excitabilidade das células, razão pela qual, embora o sinal sonoro seja mais fraco, foi captado ( the cocktail party problem).

Quando o professor fala muito depressa (embora com boa dicção e tonalidade) ou o ecrã apresenta grandes blocos de texto, vídeos, textos temporizados e imagens, todos com sequências muito rápidas, a informação, mesmo que consiga vencer os filtros, perde-se na fase de espera para codificação na entrada da MCP. É um problema similar ao que ocorre na hidráulica. Se saírem de uma torneira 40 litros de água por minuto para dentro de um tanque e se este possuir outra torneira por onde saem 20 litros em cada minuto, algum tempo depois este reservatório transborda e a água perde-se. É o que acontece com os dados que estão na sala de espera da MCP (tanque da metáfora). Quando chega muita informação à MCP, há uma parte que esta não consegue tratar. Essa informação perde-se irremediavelmente.
Os processos de imitação e de comparação com modelos e esquemas, possíveis em matérias muito simples mas também nas complexas, ajudam a criar algoritmos mentais próprios, a partir do momento em que a informação ganhe sentido para o estudante e o treino seja capaz de gerar os automatismos da nova estrutura mental (semelhante a um programa de computador, mas no nosso cérebro).

A tentativa e erro ajudará, com os cuidados necessários para não desmotivar o estudante, a estrutura a sedimentar-se e a optimizar-se. Portanto, no e-Learning e afins, as simulações e os questionários de resposta automática, que podem ser repetidos “n” vezes, são estratégias a adoptar sempre. A atenção selectiva e o desempenho melhorarão quando a imitação e a tentativa e erro estiverem “encaixadas” nos jogos pedagógicos, uma vez que o lúdico, bem como algo que é inerente à espécie humana, ou seja, gostar de vencer nem que seja a própria máquina, funcionarão como facilitadores do acto de aprender.


Os diferentes programas didácticos por computador, mesmo em utilizações simples na sala de aula, devem ter por base, uma forte preocupação com a pedagogia e com a forma. Aconselha-se para o e-Learning/b-Learning, EAC e afins, que sejam escolhidas equipas multidisciplinares, com pedagogos a estudarem o processo de aprendizagem e designers a forma. A atenção selectiva que o aluno/formado irá desenvolver, dependerá da organização e da tipologia dos conteúdos: casos, metáforas, alegorias, simulações, imagens, sons, oficinas de trabalho, trabalho em equipa, em suma, uma vasta panóplia de recursos que recorrem a técnicas estudadas pelos teóricos da percepção e da atenção, que levem o estudante a motivar-se, a gostar de estar “ali” a estudar, quiçá, a “viciar-se” nesta manipulação de dados, em plena comunhão com os objectivos e os fins do curso.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

Goleman, D. demonstrou na sua obra de referência “A Inteligência Emocional” (1995) e no livro "Trabalhando com a Inteligência Emocional" (1999), como o sucesso escolar e profissional dependem tanto da Inteligência Geral (a que resulta da soma das aptidões ligadas pelo factor geral) como da Inteligência Emocional. Ao desmistificar a “ditadura” do QI (Quociente de Inteligência) que vigorava desde o início do século XX, comprovou que esta entidade é, isoladamente, um mau preditor da carreira profissional e escolar, pois avalia parcialmente as potencialidades de cada sujeito. As competências pessoais/sociais avaliadas pela Inteligência Emocional são indispensáveis na orientação que devemos possuir, para atingir elevados desempenhos nos diferentes papéis ao longo da vida.
São inúmeras as investigações e as constatações empíricas de que nos fala Daniel Goleman, para ilustrar a necessidade de cada pessoa conhecer os seus estados internos, as preferências, os recursos e as intuições, bem como reconhecer as próprias emoções, os seus efeitos e como controlar cada uma dessas situações. Este autor refere que começou a interrogar-se: - Porque razão pessoas com QIs elevadíssimos (150/170) tinham carreiras medianas e outras com QIs médios (95/105) tinham vidas com elevado sucesso, ao ponto de atingirem cargos de alto relevo na sociedade? – A resposta só podia ser uma: a Inteligência Emocional.
Para Goleman, se quisermos atingir o sucesso nas diferentes áreas da vida, será necessário auto avaliarmos as nossas: automotivação, autoconsciência e autocontrolo, bem como sabermos inspirar confiança nos outros (empatia) possuindo, ao mesmo tempo, adaptabilidade, quer dizer, dominarmos bem as aptidões sociais. Se a tudo isto juntarmos a vontade de triunfar, o empenho, a perseverança, a iniciativa e o optimismo, como o gostar do que se faz, ficam reunidas as condições para alcançar todas as metas traçadas.
Goleman (1995) descreve a Inteligência Emocional como sendo o modo idiossincrático do indivíduo interactuar com o mundo, daí apresentar conceitos como: sentimentos (Damásio, A., 2000, distingue sentimentos de emoções), consciência, motivação, entusiasmo, perseverança, empatia, etc., que configuram traços de personalidade responsáveis por atitudes de autodisciplina, de compaixão e de altruísmo, indispensáveis a uma adequada e criativa adaptação social.

Para este autor a Inteligência Emocional tem infinitos rostos, que no dia-a-dia a pessoa vai observando e descobrindo. A aprendizagem emocional é considerada como vital para o desenvolvimento humano e para o êxito que cada pessoa pode e deve alcançar na vida, daí propor que no plano pessoal cada indivíduo deve descobrir quais são os aspectos dessa inteligência que ele domina, os que pode controlar e aqueles que necessita de obter para alcançar vantagens na sua vida pessoal, profissional, social e familiar.

Para que seja possível estabelecer um programa de diagnóstico e de treino da aprendizagem emocional, primeiro será indispensável conhecer os termos usados e reflectir sobre as estratégias a utilizar num nosso plano de mudança. Para isso é necessário recorrer a instrumentos de auto análise, de que o Teste de Inteligência Emocional é um exemplo, e definir operacionalmente os conceitos de modo a que seja possível compreende-los, reflectir sobre as suas implicações e, quiçá, experimentá-los.

DAMÁSIO, António, (2000), O Sentimento de Si, Mira-Sintra - Mem Martins, Fórum da Ciência – Publicações Europa América.

GOLEMAN, Daniel, (1995),Inteligência Emocional, Lisboa, Temas & Debates.

GOLEMAN, Daniel, (1999), Trabalhar com a Inteligência Emocional, Lisboa, Temas & Debates.

Comentário ao filme “CLASS DIVIDED”

O filme “Class Devided” tem início com a notícia do assassinato de Martin Luther King. Esta situação suscitou na professora Jane Elliott a necessidade de fazer os seus alunos de terceiro ano, compreender o significado da discriminação. Melhor do que explicar entendeu que as crianças assimilariam melhor se conseguisse sucesso numa experiência posta em prática com os próprios elementos da turma. Assim separou as crianças em dois grupos. Um era composto pelos elementos que tinham olhos azuis, o outro era constituído por alunos que tinham olhos castanhos. A estratégia consistiu no seguinte: logo nesse dia o grupo dos alunos com olhos azuis foi tratado de forma privilegiada, valorizado pela professora, quer na sua inteligência, quer nas suas atitudes. Pelo contrário, o outro grupo foi marcado como inferior usando uma fita azul ao pescoço, desvalorizado, menosprezado e por vezes até ridicularizado pela professora. Esta atitude diferenciadora por parte da professora levou a que durante todo o dia o grupo de alunos de olhos azuis fosse respeitado por todos como reflexo da atitude da professora. Da mesma forma os alunos de olhos castanhos eram desvalorizados e discriminados à semelhança da atitude de Jane. Isto independentemente da relação de amizade que os unia.
No dia seguinte Jane Elliott tomou a atitude contrária considerando os alunos de olhos castanhos superiores, tratando-os de forma privilegiada e encarando o grupo de olhos azuis como inferiores passando assim estes a usar a fita azul ao pescoço. Nesse dia, logo o grupo de olhos azuis passou a ser discriminado e o grupo de olhos castanhos passou a ser valorizado e respeitado.
Esta experiência levou os jovens envolvidos a sentirem-se exactamente da forma como eram tratados, ora valorizados ora estigmatizados. Isto fê-los perceber claramente o que é a discriminação visto que o sentiram na pele apenas pela cor dos olhos. Logo ficou claro para todos que o mesmo acontece no que diz respeito a outras situações tais como: a raça, a etnia, a ideologia, a religião ou outras diferenças. As crianças assimilaram perfeitamente a ideia que envolveu a experiência que se reflecte na sociedade em que vivemos. Perceberam que todo o ser humano é igual em direitos e deveres independentemente das diferenças. No final, perante a questão de Jane Elliott sobre se apontariam um indivíduo diferente quando com ele se cruzassem, as crianças responderam que não o fariam, não apenas para agradar à professora mas porque assim o sentiram na realidade. Ninguém merece ser discriminado pela diferença.

O ser humano é resistente às mudanças.
A morte de Martin Luther King marcou uma época que provocou o início de alguma mudança de mentalidades no que diz respeito à discriminação das minorias, de grupos étnicos, religiosos e especialmente de raça.
O filme atinge de forma exemplar o objectivo que norteou a atitude da professora. A interiorização ou não de preconceitos discriminatórios inicia-se na infância seguindo os modelos dos adultos (família, escola, comunidade em geral). Esta experiência de sucesso aplicada às crianças daquela faixa etária foi decisiva para atitudes futuras daqueles alunos de Jane Elliott. É uma lição para os adultos que deveriam aceitar as diferenças servindo de exemplo para todas as crianças. Só assim se conseguirá acabar com a discriminação e a xenofobia ainda tão enraizada na sociedade actual. Esta realidade dura e cruel penaliza injustamente tantos seres humanos por razões que lhes são alheias. Ninguém pode ser culpabilizado e estigmatizado, por exemplo, por nascer com uma determinada cor ou envolvido e orientado no caminho de uma religião específica.
Urge desenvolver o respeito pela diferença não como uma obrigação mas sim como algo quase tão natural como respirar.
Enquanto se falar em discriminação significa que ela existe é urgente que exista, em todas as sociedades, igualdade de direitos para todos, para que esta palavra, com tudo o que ela encerra, seja cada vez menos usada.
No fundo, todos nós somos diferentes.

SOFIA CABRAL

Balada de un Soldado - Mafalda Veiga

Balada de un Soldado
Mafalda Veiga

Madre, anoche en las trincheras
Entre el fuego y la metralla
Vi un enemigo correr
La noche estaba cerada,
La apunté con mi fusil
Y al tiempo que disparaba
Una luz iluminó
El rostro que yo mataba
Clavó su mirada en mi
Con sus ojos ya vacios
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras

Hoy el fuego era verdad
Y mi amigo ya se entierra
Madre, yo quiero morir
Estoy harto de esta guerra
Y si vuelvo a escribir
Talvez lo haga del cielo
Donde encontraré a José
Y jugaremos de nuevo

Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Compañero de la escuela
Con quien tanto yo jugué
De soldados y trincheras
Madre, sabes quien maté?
Aquél soldado enemigo
Era mi amigo José
Balada de um Soldado
Mafalda Veiga

Mãe, à noite nas trincheiras
Entre o fogo e a metralha
Vi um inimigo correr
A noite estava cerrada,
Apontei-lhe a minha arma
E ao mesmo tempo que disparava
Uma luz iluminou
O rosto que eu matava
Cravou os seus olhos em mim
Com os seus olhos já vazios
Mão, sabes quem matei?
Aquele soldado inimigo
Era o meu amigo José
Companheiro da escola
Com quem tanto eu joguei
Aos soldados e trincheiras

Hoje o fogo era verdade
E o meu amigo já se enterra
Mãe, eu quero morrer
Estou farto desta guerra
E se volto a escrever
Talvez o faça do céu
Onde encontrarei José
E jogaremos de novo

Mãe sabes quem matei?
Aquele soldado inimigo
Era o meu amigo José
Companheiro da escola
Com quem tanto eu joguei
Aos soldados e trincheiras
Mãe sabes quem matei?
Aquele soldado inimigo
Era o meu amigo José

“Balada de un soldado” é uma carta de um soldado escrita a sua mãe em plena guerra civil de Espanha.
A Guerra Civil espanhola (1936-39) foi o acontecimento mais traumático que ocorreu antes da 2ª Guerra Mundial.
Como podemos ver esta música trata de uma criança soldado, que sem odiar ninguém e sem saber o porquê de estar naquela guerra, matara um grande amigo de escola com quem tanto brincava, porque por mero acaso estava do chamado “lado inimigo”. Podemos perceber também, que a criança teve que crescer rápido demais e que no momento de que a música fala não tem vontade de viver pois sente-se, muito mal por ter morto o seu grande amigo. Esta criança foi empurrada para uma situação que não escolheu e acabou por cometer actos que os momentos foram proporcionando. Ter morto acidentalmente o seu amigo foi um deles. E isto levou-o a perceber a diferença entre o imaginário e a realidade. Perdeu a vontade natural e infantil de brincar e sentiu a necessidade de morrer também para ir para perto de seu amigo e voltarem a ser as crianças felizes de há tão pouco tempo. Perdeu a inocência...
Esta música mostra a realidade de algumas das crianças espanholas durante a guerra civil de Espanha, que foram obrigadas a crescer à força e a usar armas sem perceber, sequer, o lado ou as razões que defendiam. No entanto esta mensagem de Mafalda Veiga é intemporal e infelizmente não é a única.

22/04/2010

HIPERTEXTO E EDUCAÇÃO

Um tópico relevante é a utilização da ferramenta de hipertexto na Educação. O trabalho com hipertexto pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. O hipertexto como ferramenta de ensino e aprendizagem facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os utilizadores de hipertexto, participam activamente de um processo de busca e construção do conhecimento, forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que aquela directa e explícita.
Na sala de aula onde se trabalha com hipertexto, os alunos, num sistema de colaboração, acabam aprendendo mais e através de diversas fontes. O próprio conceito de hipertexto, pode nos levar a essa intenção. Uma actividade colaborativa traz benefícios extraordinários no que diz respeito a construção individual e colectiva do conhecimento. Os professores também podem trabalhar com hipertexto para funções pedagógicas. Utilizar textos de várias turmas e redistribuí-los é um bom exemplo. O hipertexto também traz como vantagem para a educação a construção do conhecimento compartilhado, um importante recurso para organizar material de diferentes disciplinas.

COMO OS MAPAS DE CONCEITOS SE CONSTITUEM EM ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM

Comece por uma Leitura RÁPIDA e pouco preocupada: Leia sem a preocupação de apreender toda a informação, como se estivesse a ler um bom romance. Nunca se consegue apreender toda a informação numa primeira leitura, por isso aproveite este primeiro momento para se adaptar ao tipo de escrita, à estrutura geral do texto e tente apenas perceber as ideias gerais.
Agora que já tem uma ideia geral sobre o texto já possui algumas “gavetas mentais” onde pode armazenar melhor a informação. Já está preparado para ir mais além, por isso a leitura que se segue deve ser ATENTA e cuidada, tentando prestar atenção a todos os pormenores e perceber a matéria que está descrita. Ao ler, deverá ter o cuidado de perceber quais os aspectos mais importantes como frases, nomes, datas... aspectos para os quais deva prestar atenção particular. Este aspecto vai ser particularmente importante para a fase que se segue: o SUBLINHADO
É frequente a tendência de considerar tudo importante, o que leva a sublinhar a quase totalidade do texto. Isto é obviamente um erro. Se sublinharmos todo (ou quase todo) o texto, a única diferença final é que passamos a ter um texto com uma linha por debaixo das palavras. O sublinhado, quando correctamente elaborado, permite que chegue mais facilmente às ideias chave e descobrir a informação que precisa com maior precisão. Se tiver oportunidade coloque pequenas notas na lateral do texto e utilize várias cores e códigos de sublinhado de acordo com a natureza da informação.
Uma vez sublinhado, verá como as leituras subsequentes são muito mais fáceis e produtivas. O sublinhado tem ainda a vantagem de permitir utilizar a memória visual para relembrar o texto que se apresenta assim diferenciado conforme o grau de relevância.
Nesta fase já deve ter uma ideia mais concreta do texto e da sua matéria. É o momento ideal para realizar um ESQUEMA (mapa de conceitos). Para elaborar o esquema é geralmente útil olhar para o sublinhado já que em princípio serão as palavras que o sublinhado atribui maior importância que aparecerão no esquema. O esquema tem a vantagem de apresentar a matéria de forma simples, concisa e facilitar a utilização da memória visual.
No esquema a informação não está em texto corrido pelo que é mais fácil colocar a matéria por palavras próprias, o que implica compreensão e conhecimento dos conteúdos.
É o que se pretende na fase seguinte: RESUMO. Perante a informação esquematizada tente colocar a matéria em texto corrido de forma sintética e por palavras suas. Não se pretende que o resumo seja muito longo nem utilize as palavras do livro (para isso tínhamos antes o próprio manual). Deve utilizar palavras que tenham algum significado para si e que pertençam ao seu vocabulário habitual. Evite “palavras caras” ou “chavões”, a menos que o carácter técnico e científico da matéria o implique.
Finalmente recapitule a matéria mentalmente. Imagine perguntas e responda a essas mesmas perguntas. Seja exigente nas perguntas que faz a si próprio e caso não saiba a resposta recorra ao manual.
Este trata-se apenas de um exemplo de método de estudo que pretende tornar a aprendizagem mais fácil e eficaz. É apenas um entre os muitos possíveis e procura reflectir os pressupostos que foram sendo mencionados. Poderá parecer que o fazer sublinhados, esquemas, resumos, etc.. são uma perda de tempo, sendo o tempo geralmente pouco, mas lembre-se que a aprendizagem depende da dedicação dos sujeitos, pelo que enquanto está a realizar todos estes esquemas e resumos está a codificar a informação de forma diferente com várias formas de aceder a matéria pretendida e a aumentar o seu grau de envolvimento.
Poderia substituir todos estes passos por várias leituras consecutivas, mas provavelmente ao fim de algumas leituras já estaria num género de eco mental em que as palavras simplesmente ecoavam como um disco riscado. Seja como for, evite deixar o estudo para o último momento. Todos sabemos como a pressão do último dia nos empurra para o estudo mas é importante adaptar a nova informação à preexistente e tal implica algum tempo.